quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Por Martha Medeiros

Doidas e Santas


Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe. Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Por Fabricio Carpinejar


"Sempre vai dar errado tentar amar da forma que já deu certo."

"Doçura demais é cinismo. "

"Escrever não é desistir de falar, é empurrar o silêncio para fora. "

"A paixão mostra nossos direitos, o amor lembra dos deveres. "

"Sempre que me desobedeci, eu me encontrei. "

"Concordamos porque não entendemos e discordamos porque não ouvimos até o fim. "

"Uma mulher pode transformar radicalmente o homem, a ponto de prepará-lo para outro amor."

"Entre a paixão e o amor, mudamos somente de medo. A paixão é o medo de se perder; o amor é o medo de perdê-la."

"Dificilmente alguém vai pensar em mim todos os dias. Quem poderia fazer isso, vive comigo. "

"Entender-se cura, aceitar-se salva. "

"Preciso te encontrar, minha imaginação vem se esforçando demais para continuar as lembranças. "



Fabrício Carpi Nejar, ou Fabricio Carpinejar, como passou a assinar em 1998, é um poeta e jornalista. Filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi, adotou a junção de seus sobrenomes em sua estréia poética. É mestre em literatura brasileira pela Universidade Federal de Rio Grande do Sul.

Fonte: Wikipédia

Twitter: /CARPINEJAR

Por Caio Fernando Abreu



"Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas, encontros transferidos."

"Descobri o segredo da paz. A paz é da cor do amor. E o amor, meu amor, é de toda cor."

"Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu."

"Agora pensei outro pensamento de gente grande. É assim: vezenquando, uma coisa só começa mesmo a existir quando você também começa a prestar atenção na existência dela. Quando a gente começa a gostar duma pessoa, é bem assim"

"É difícil aprisionar os que tem asas."

"Tenho a mão estendida para abrir a porta, chamar o elevador. Descer, partir, viver."

"O que vai acontecer, acontecerá. Sossega, barquinho na correnteza, Deus dará."
"Deixa o vento soprar, let it be"

"Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro"

"Não sei, deixo rolar. Vou olhar os caminhos, o que tiver mais coração, eu sigo."

"Que seja bom o que vier, para você, para mim."

"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra."









quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Por Caio Fernando Abreu

"Inesperadamente, ela chegou por trás e afundou os dedos no seu cabelo, coçando-lhe a cabeça como fazia antigamente. Depois os dois se abraçaram e se deram beijos nas duas faces e como duas pessoas que não se veem há muito tempo atropelaram perguntas como: por onde é que tu anda."

"Cada coisa era cada coisa inteira, na união de todas as suas infinitas partes."

"Para onde ia a parte das coisas que não cabia na própria coisa?"

"Então que culpa tenho eu se até o pranto que chorei se foi por ti não sei."

"Meu caminho, pensei confuso, meu caminho não cabe nos trilhos de um bonde."

"Desviei os olhos sem dar nome ao sentimento que me invadia."

"Nos olhamos dentro dos olhos esverdeados de mar, nos achamos ciganos, suspiramos fundo e damos graças por este ano que se vai e nos encontra vivos e livres e belos."

"Nos misturamos confusos, sem nos olhar nos olhos."

"Pouca vergonha é fome, é doença, é miséria, é a sujeira deste lugar, pouca vergonha é falta de liberdade e a estupidez de vocês. Pena tenho eu de você, que precisa de sujeitar a esse emprego imundo: eu sou um ser humano decente e você é um verme."

"Não te tocar, não pedir um abraço, não pedir ajuda, não dizer que estou ferido, que quase morri, não dizer nada, fechar os olhos, ouvir o barulho do mar, fingindo dormir, que tudo esta bem, os hematomas no plexo solar, o corãção rasgado, tudo bem."

"Meu pai, precisava te dizer tanto. E não direi nada. Melhor que morras acreditando na justiça e na lei suja dos homens."

"A roda da fortuna gira muito depressa: quando estamos em cima os demônios se soltam e afiam suas garras para nos esperar embaixo."

"E não parecia bicha nem nada: apenas um corpo que por acaso era de homem gostando de outro corpo, o meu, que por acaso era de homem também."

"Quero você, ele disse. Eu quero você também. Mas quero agora já neste instante imediato, ele disse e eu repeti quase ao mesmo tempo também, também eu quero."

"Lembrei que tinha lido em algum lugar que a dor é a única emoção que não usa máscara. Não sentíamos dor, mas aquela emoção daquela hora ali sobre nós, e eu nem sei se era alegria, também não usava máscara."

"Não vou perguntar teu nome, nem tua idade, teu telefone, teu signo, teu endereço, ele disse (...) O que você mentir eu acredito, eu disse, que nem marcha de carnaval."

"A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro. Tão simples, tão clássico."

Caio Fernando Loureiro de Abreu (12/9/48 - 25/2/96) foi um jornalista, dramaturgo e escritor brasileiro.
Apontado como um dos expoentes de sua geração, a obra de Caio Fernando Abreu, escrita num estilo econômico e bem pessoal, fala de sexo, de medo, de morte e, principalmente, de angustiante solidão.

Fonte: Wikipédia
Criei esse blog com o intuito de reunir as mais diversas frases, letras de músicas e fotos que tanto gosto de ler e ver. Espero achar pessoas que compartilhem desse mesmo amor pelas palavras e imagem.